segunda-feira, 28 de julho de 2008

Acabando com o chororô.

Caros leitores,

Estive passeando na Argélia Comunista por alguns dias e cá estou de volta para o mesmo cantinho humilde virtual. Pude constatar que meu interino fez um bom trabalho, ainda que tenha ficado um pouco esquizofrênico o texto sobre a raridade que é encontrar pessoas chorando no asfalto. Vá lá, primeira vez que o deixo escrever por conta própria. Gostei do que ele fez com as imagens e adorei a Suzana Vieira chorando pelo flagrante do seu marido com a garota de programa no motel.

Como foram de férias? Ou se ainda estão, como estão indo? As minhas foram ótimas e bastam poucas linhas para descrevê-la. Como era de se esperar, levei minha família (mulher e dois filhos) mais o meu fiel escudeiro Franklin Frankenstein, mais conhecido como o cérebro de Bernard Shaw, mas isso é passado. Agora ele já sabe falar português e em breve fará parte dos redatores desse blog enquanto estarei impossibilitado do exercício da escrita. Todos que escrevem nesse blog são funcionários públicos, então não me venham com exigências propícias a um AVC: Façamos o nosso trabalho humildemente, de boa qualidade e na hora certa e no momento certo.

Deparei-me com tanta burocracia na volta das férias que peguei alergia à papelada, estou com coriza e não posso tomar sopa que meu nariz derrete. Sabe-se que as eleições para prefeito estão chegando e este evento não posso perder de nenhuma maneira. Então, a partir do próximo post falarei um pouquinho sobre as eleições passadas e esticadas de outrora. É isso, não mais. Chega de promessas e até o próximo post.



ps: Pra quem ficou com saudades do meu interino, ele possui um blog também.

domingo, 13 de julho de 2008

Faltam lágrimas nas ruas.

As fotos e o título no post passado, tudo pra mostrar como é estranho chorar e ver alguém chorando em público e como cada vez mais fica mais esquisito nem que seja soluçar ligeiramente.É raro ver alguém chorando na calçada, no trânsito, na padaria e até mesmo no point dos bebuns,o bar. Faltam lágrimas nas ruas. Não obstante, quando alguém chora é objeto de atenção, as pessoas param pra ver a miséria do outro. A multidão que passava com toda sua determinação, diminui o passo e encara a cara infeliz de quem está chorando. Enfim, chorar em público tornou-se uma performance. Todos querem saber o que aconteceu, qual o motivo da tristeza e até mesmo alguns saem do anonimato da multidão para se aproximar do infeliz e tentar ajudá-lo. "Quer um copo d´água?", "Você não pode ficar assim...", "Olha, aconteceu coisa parecida comigo, deixa eu te...".

Chorar em público traz à baila a questão da fraqueza. Pare de chorar. "Você é um homem ou um rato?" O homem aqui tomado como geral, pode ser homem como pode ser mulher. Chorar pertence à nossa intimidade, o ato de chorar sempre foi considerado como algo particular que constrange o outro e por isso deve ser velado, escondido ou exorcizado em um quarto escuro. Ninguém pode saber. Então se eu choro e o outro vê, me sinto fraco porque estou trazendo algo da minha interioridade, do meu "Eu" verdadeiro que falha, uma falha no sistema.

Assim, chorar em público tem ficado cada vez mais difícil e quando isso acontece parece o quinto ato de rigoletto, uma tragédia grega. Não é à toa que os jornais vendem diariamente manchetes trazendo rostos super expressivos se debulhando em lágrimas. Chorar virou algo de espetacular, mas não foi da noite pro dia porque ...assim... não estamos mais acostumados com "a passagem ao ato" do outro, isto é, expressar dor, ódio, tristeza não combina com a sociedade atravessada pelo "american way of smile".

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Um choro na multidão




















*obs: O Barão de Itararé está de férias. Leonardo Velasco escreve como interino.