sexta-feira, 16 de novembro de 2007

De bode

Caríssimos!

Como pude ser um escritor tão ingrato a ponto de deixá-los às favas! Contudo, há males que vêm para o bem e imagino que vocês se divertiram bastante. O site de relacionamentos Orkut, o site de vídeos engraçados e joviais, Youtube e até mesmo aqueles sites de tarja preta nas partes íntimas das modelos não é mesmo? Então pra que a reclamação?! Relaxem, sou funcionário público e não sou pai de todo mundo!

Aproveitando a deixa, venho avisar vocês que no final desse ano um amigo de muita estima minha irá fazer a retrospectiva do seu ano. É,isso mesmo que vocês acabaram de ler nessa mesma linha (dependendo do navegador): O moço se chama Leonardo, tem aproximadamente 19 anos, mas se acha um velho encarnado no corpo de um jovem que se ele continuar relaxando, não haverá tanta diferença. Estuda Psicologia na Universidade do Brasil, faz estágios, curso de inglês que ele promete terminar, mesmo que para isso demore uma vida, gosta de ter uma leitura agradável, embora esteja com uma mania estranha de ler andando, mesmo que andem por ele, como no ônibus. Vê filmes como uma regularidade de um fumante, só que como é mais caro esse vício, não é com a mesma freqüência do fumante. Vive falando de um tal de Foucault e Freud, cita umas frases psicanalíticas baratas e taxa tudo e todos de pseudointelectuais e ainda vem se acostumando com a sua santa ignorância e que aquilo que critica não deixa de ser o seu berço.

É um rapaz muito prestigiado nas coisas que faz, mesmo quando não reconhece isso. Até porque prestigia muito as críticas que vão em direção a ele, mas com a terapia de corrente teórica similar ao pragmatismo entitulada "Dane-se" (Embora os jovens de hoje façam o uso de um termo mais chulo). Assim, com recalques ele constrói seu império de defeitos como todo ser humano. O que lhe deixa mais feliz? Bem deixa eu ver, ah sim! De regra: Os bons amigos. É deveras fanfarrão e que se a vida fosse uma festa, ele seria um daqueles habitués bizarros.
É um neurótico de todas as escalas do CID-10, passeia por todos os transtornos de humor e ansiedade e não é à toa que sua linha de pesquisa em sua faculdade é sobre a questão do Normal e do Patológico: Afinal, como é possível ser 10 em 1?

Leonardo também tem defeitos e um deles terminaria aqui, se ele próprio escrevesse isso, ou melhor, falasse sobre. É tímido xiita, daquele que solta uma voz baixinha no consultório médico pra dizer onde mora e até mente o CEP pra não ter que ficar horas pensando sobre/pra falar disso. Por isso, ele escreve, escreve, escreve e não foi por ter cortado cana naquele verão de 1997 na fazenda dos seus avós que fizeram seus calos, mas sim a escrita e principalmente o jeito de segurar o lápis que não é nenhum pouco convencional. Nesse ponto, Clarice Lispector falou a melhor coisa que poderia ouvir: "Só a escrita liberta". E é mesmo, quando está inspirado pra criar e colocar no papel algo, fica horas falando sozinho, dando vida, mas também tirando-a de seus personagens.

Outro defeito é seu "emcimadahorismo", uma doutrina que não dá perdão a nenhum metódico,embora Leonardo o seja bastante! Sai de casa emcimadahora, come emcimadahora, estuda emcimadahora, escolhe emcimadahora. Mas às vezes não...

Esse seria um outro defeito dele: Ser contraditório na medida em que quando passa para um nível de maior visibilidade não concilia com aquilo que se torna menos visível, mais original. Calma, não vamos abrir ainda o livrinho da OMS não. Muda de opinião, muda. Mas não muda também. Quanto mais se explica, menos se explica, ainda que (porque "embora" já deu no saco) explique outras coisas ao seu redor bem explicadas. Vocês entenderam?


Para que fique claro, o meu amigo Leonardo é assim. E assim que quero continuar vê-lo, mesmo com seus problemas e suas explicações mais ofuscadas.

Falei, falei, falei pra dizer que meu amigo Leonardo tem um blog pessoal e nele faz uma retrospectiva todos os anos da sua vida (Claro que é como a ponta de um iceberg: Bem sucinto e representando pouco do grande TODO de suas experiências) e pra não ser diferente, ele vai publicar a desse ano a partir do dia 27/12. Então, todos os meus amigos, inclusive os de gamão às quartas-feiras estão convidados!

www.rockblocks.blogspot.com

até dezembro! ;^)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

pseudeando subjetividade






Vivemos numa sociedade complicada, não é mesmo? Atualmente somos atravessados por forças que aniquilam nosso eu (self). Eu como psicólogo, párapsicólogo e chegapsicológo, tenho o conhecimento necessário para encontrar o seu bem-estar subjetivo nesse mundo ordinário, que nos torna neurótico desde o primeiro berreiro, dentre muitos que aparecerão, na maternidade.




Em 2001, escrevi: "2001: O ano em que não fizemos contato" sobre a frustração em que o homem pós-moderno encontra ao acordar de um sonho, em que ganha na megasena, para enfrentar a realidade, pegando transportes coletivos insalubres todos os dias para ganhar o seu pão, dormido, por sinal.




Semana que vem darei uma palestra na Universidade de Cambridge, o tema é de extrema importância para a sociedade e se chama: "A SOCIEDADE PÓS-MODERNA E O CABELO DA WHOOPI GOLDBERG EM GHOST", segue a programação:








A sociedade atual demonstra a emergência de um sujeito cindido, que escapa da sua essência o conhecimento sobre seu folículo peloso, o cabelo. Whoopi Goldberg é um exemplo de que o inconsciente já se faz ficar nítido até mesmo em sua cabeleira, mostrando uma ponta do seu Ego e uma inclinação rígida furiosa na parte traseira do Superego. Assim, hoje em dia ficamos mais frustrados quando o inconsciente tenta despontar nem que seja com um pequeno friss, como é chamado nas propagandas. Não queremos saber do nosso outro lado, nossas raízes ancestrais são literalmente chapadas e ficamos alienados de nossa história. Nossas experiências inconscientes ficam lisas e ainda cheirando a chocolate.








Na mesma palestra cito Elvira, outra contemporânea de Whoopi, ah bons tempos em que não havia recalque de formol!









Mas ainda temos uma representante do brotamento do inconsciente na peruca: Elke Maravilha. Com sua peruca com cabelos extremamente frisados, brotando energia libidinal para os todos lados, seu inconsciente doma seu ego que a faz tornar uma delirante em potencial. Sabe-se lá como isso acontece, ainda precisamos de mais estudos, com apoio da CNPq, talvez.








No post que vem, falarei sobre minha nova palestra "AS LETRAS DA DEISE TIGRONA E SEUS MODOS DE SUBJETIVAÇÃO". Não percam!

sábado, 21 de julho de 2007

Intelectuais: Risco de Extinção

Assim como o sapo Ettus Cabinoicus , os intelectuais estão sumindo! Tornando-se figuras folclóricas de nossa sociedade, santuários de universidades(dignas, é claro), piadinhas para turistas (Um amigo me disse que no museu construído na cidade onde nasceu Freud vende-se um bonequinho do falecido pai da psicanálise que apertando sua barriga ele diz "Tell me about your mother"), além de servir como referências para seus impostores - os pseudointelectuais.

Os intelectuais não são pessoas, elas existem como entidades que habitam o mundo das bibliotecas, lugares genuínos onde se pode encontrar as principais contribuições desses orixás da intelectualidade mundial. Mas quem são os intelectuais?

Os intelectuais são aqueles que estão mais próximos da Verdade. Escalando o Pico das Leituras Negras, atravessam cadáveres de pseudointelectuais que ficaram no caminho, não chegando ao topo, ao ponto máximo onde se encontra a Verdade com V maiúsculo e capaz de dar poderes especiais assim como Deus deu a Moisés para dividir o mar e passar o seu povo. A jornada para Verdade é um épico em que cada intelectual se prepara para enfrentar anos de geadas, sabotagens, barulho na casa do vizinho que atrapalha a leitura até fincar a bandeira com o sobrenome é claro no topo do Pico.

Não satisfeitos, os intelectuais ao chegarem no topo, criticam a Verdade. Batem boca uns com os outros, afim de tomar a Verdade como verdadeira. Assim, é cada mais difícil sobrar Verdade para outros ou até mesmo deles conquistarem as Suas.

São poucos, como eu falei anteriormente. Geralmente são falecidos, é raro hoje em dia chamar alguém de intelectual, mesmo que o sujeito conheça a enciclopédia de cór(que está muito "out" no meio intelectual), as obras completas de filosofia (está nunca saiu) e um pouco de música clássica (para momentos de descontração entre um livro e outro) suas vidas se confundem com as próprias obras.Isso acontece porque um intelectual é assim chamado quando possui uma vasta bibliografia e principalmente se é reconhecida pela sua comunidade.

Aproveitando o exemplo do início,Sigmund Freud. Nasceu na República Tcheca em 1856, mas passou a maior parte da vida em Viena, onde se encontraria com Dr. Joseph Breuer e discutiriam o mais forte testemunho de sua ciência: A histeria. A doença de sintomas claros, sem possuir nenhuma origem orgânica, mas ainda assim alavancava esses sintomas. Oras, em todos esses anos de vida, Freud até seu falecimento em 1939 na capital inglesa, escapando da ocupação nazista, ganhou apenas um prêmio na vida: O Prêmio Goethe em 1930 e mais, pela sua contribuição literária! O criador de uma revolução no tratamento clínico e uma subversão na psicologia merecia só isso? Mas seu poder foi tão oportuno na época que vinga até hoje com termos que não saem da nossa cabeça. Até funks trazem os diferentes termos psicanalíticas como o "Sem caô, sem neurose" ou quem não ouviu por aí alguém dizer "recalcado" ?

Aqui no Brasil REZA A LENDA que temos um intelectual que ultrapassa continentes e mais: Ainda é vivo! :O

Depois de passar um tempo com um grande cantor da década de 70 que cantava hits como "Gita", "Quem não tem colírio usa óculos escuros" e outros, o cabalístico Raul Seixas. O homem se chama Paulo Coelho e é reconhecido como tal por publicar livros que aparentemente são de ficção, mas TODOS têm um fundo moral e se confundem até com os de auto-ajuda. Seu maior sucesso foi "O Diário de um Mago", após uma experiência na caminhada de Santiago e que fez estrear nesse mundo do "book business". Outro livro dele foi "O Alquimista" que foi traduzido pra milhões de línguas e daí tornou-se até membro da Academia Brasileira de Letras e legitimando seu intelecto na sociedade brasileira.

O título de "intelectual" então é flexível quando se trata de lugares, culturas e até educação. Mas o seu poder está na originalidade, na capacidade robocop de unir anos de leitura, pesquisa (alguns fazem mestrados e doutorados) e transformar num panfleto de alcance mundial que balança estruturas políticas, cria polêmica e eterniza sobrenomes.

Foucault, Freud, Canguilhem, Sartre, Lacan são alguns outros exemplos de Oguns que perpassam o corpo dos pseudointelectuais, mas estes não incorporam por terem o "corpo fechado".

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças




Caros leitores,






"Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças" do Michel Gondry, cujo trabalho só conhecia pelos videoclipes maravilhosos que ele faz. Na verdade eu tinha assistido esse filme há um tempo atrás, mas sinceramente não tinha gostado muito porque não tinha entendido e não fazia questão de entender: Primeiro porque tinha a Kate Winsley no elenco e ela pôde até ter se superado e feito uma carreira de indicação a oscar, mas a imagem dela como sobrevivente do maior transatlântico e pior filme romanesco (o que é aquela trilha sonora? Credo!) que eu vi em toda minha vida , o "Titanic" não sai da minha cabeça.




Arrasado ao descobrir que sua namorada, Clementine, pagou a um médico para eliminá-lo das suas lembranças, Joel decide fazer o mesmo. Deitado em sua cama e inconsciente enquanto um técnico localiza suas memórias de Clementine e as apaga, Joel, porém, responde mal ao tratamento. Enquanto cada experiência que passou com a namorada ressurge e é brevemente revivida, há alguma parte dele que permanece alerta e se dá conta de que ele não vai se livrar apenas daquilo que lhe causa dor: os bons momentos estão escoando pelo ralo junto com os momentos ruins - e até esses, afinal, ele gostaria de preservar. Em seu desespero, Joel tenta esconder Clementine em partes do seu cérebro que o técnico não mapeou. Ele a leva para as humilhações da adolescência e para as confusões da infância, correndo com Clementine por entre o labirinto daquilo que ele foi antes de conhecê-la, com o técnico sempre em seu encalço. Quanto mais imaterial a namorada se torna, maior sua certeza de que ele está cometendo um erro terrível: com ou sem Clementine ao seu lado, Joel precisa que ela exista.




Aí começa a viagem do Dr. Howards na mente de Joel que irá lidar com experiências que não estavam no seu mapa, mas que faziam ainda um sentido. Mas um sentido diferente daquele quando foi vivido, essa brincadeira de Michel Gondry e de Charlie Kaufman com o "jogo do inconsciente": "O que se apreende do passado, não é, segundo Lacan, aquilo que já foi e não existe mais, nem aquilo que existiu e persiste no que o sujeito é, mas aquilo que terá sido em relação àquilo em que está se transformando...A palavra atual organiza o sentido do passado em função do futuro" (Bezerra citando Lacan em "Subjetividade Moderna e Campo da Psicanálise). Ou seja, a história de Joel e como a de todos nós não é linear, pelo menos a história de sua realidade psíquica, que tem muito mais a ver com a verdade do inconsciente que está em constante transformação. São experiência inconscientes que como palavras de um texto em língua estrangeira, quando retiradas do seu contexto para tradução, pode haver vários sentidos.






É assim que segue a impossibilidade de uma perturbada "arrancada" de Clementine da sua história, ela está em outras experiências, adquirindo novos sentidos, ganhando força em outros campos e com a própria ajuda de si, fazendo resistência a própria escolha de apagá-la.


"Nos vemos em Montauk" seria então o que ficou dessa experiência, não faz mais sentido como de antes, mas como na louca, porém brilhante e necessária edição do filme mostra no início que na verdade foi "pós-retirada de Clementine da memória", ou seja, o fim, que Joel mata o trabalho, sai do seu destino pra repetir algo que ele já fez e acha que é inédito. É como se alguma coisa retornasse de alguma forma com um sentido rearrumado, não necessariamente o mesmo. E como Clementine também passou pelo mesmo apagão, corre atrás do sentido, tenta revivê-lo de outra forma.




Então é isso, minha gente. Pseudopsicanálise também vale! E no próximo post (calma eu já vou publicá-lo) será sobre os intelectuais que ainda existem... Seguindo a linha de explicação sobre este caríssimo blog!


*Ajudaram nessa pseudopsicanálise:

Isabele Buscov(Revista Veja) com a sinopse.

Bezerra Jr., B. "Subjetividade Moderna e o Campo da Psicanálise" In "Freud 50 Anos". Org: Joel Birman.1989,Rio de Janeiro, RJ.

domingo, 10 de junho de 2007

O dia que o blogmaster recalcou

Caros amigos,
sinto muito pela falta de educação que o ser que vos escreve não escrever mais! É com uma desculpa que não é esfarrapada que eu digo que esqueci a senha desse sítio moderninho demais pro meu gosto. Eu que fui criado nas melhores famílias do século XX e agora me deparo com tamanha demência de esquecer a senha do próprio blog!
Tenho hábitos muito estranhos e o maior deles, o segundo é o de tomar banho ouvindo música, é anotar senhas em papéiszinhos "perdíveis". Tomara que aquele papelzinho que deixei em cima da mesa (por sinal não está mais) não seja a senha do banco.

Enfim, depois de passar dias sonhando com números da megasena, com a harpa mágica e o concurso de beleza de lontras com direito a deslocamento, condensação, associações e toda salada que os psicanalistas gostam, o meu recalque veio a tona:

O retorno do recalcado

Estava eu todo pomposo ouvindo a rádio MEC (rádio preferida dos pseudos) com minha bengala de estimação, comprada num sebo alternativo de São Paulo (Aliás qual sebo não é alternativo, não é mesmo? Ahh, o berinjela, esqueci!) , passeando pela Cinelândia quando, de repente, a mesma se enrolou num fio da cedae e eu acabei sendo levado para o esgoto.
Assim que pousei num lago de cor esverdeada escura, um jacaré apareceu e me carregou em suas costas pelos tubos apertados do encanamento da cidade. O trânsito foi ótimo, porque não estávamos na hora do rush. No meio da viagem, o jacaré que se chama Bobby contou sua história: Era um jacaré mestiço, nascido nos Estados Unidos e radicado no Brasil, seu pai era australiano e sua mãe, uma portuguesa que sabia como pegar um peixe pela boca: Seus bolinhos de bacalhau eram deliciosos! Me contou da sua infância sofrida no Japão quando seu pai foi recrutado para lutar com os kamikazes por uma população de répteis mais digna! A foto da criança nua foi pinto (aprendi essa expressão com meu neto) para a sua quando, escapando de uma bomba, saiu da lagoa como veio ao mundo! A foto é de Crocodilo Dundee, que tornou a ser seu melhor amigo desde então.

Ao aparecer numa espécie de bar em que os jacarés bebuns pareciam se encontrar e se queixar da nova situação do esgoto que fica vazio em virtude dos lançamentos clandestinos de detritos nas praias, vi o chaveiro de uma "jacaréa" com uma frase "Aonde estiver, xxx" O xxx era a minha própria senha! Como assim Wanessa? (Essa aprendi com um travesti de rua).
Aí, deixei uma gorjeta pro Bobby e fui correndo pra casa. Entrei na internet e aqui estou eu, vosso autor às suas disposições e indisposições também! (ISTOÉ indica PSEUDEANDO para leitura de ressaca!).


.:.........:.

Então, caros leitores, peço mil e uma desculpas por deixarem vocês sem o engov da sua balada. Voltarei no post que vem falando sobre os seres que AINDA habitam esse planeta: Os intelectuais como prometido.

Beijos,meliga. (Meu netinho é uma figura!)

*Marquês de Itararé tem onze filhos e doze netos. O mencionado no post em questão é Arlley, mas é apelidado pelos amigos de Arlete.

domingo, 1 de abril de 2007

Introdução à arte de pseudear

Caríssimos amigos,





É que com muita honra que inauguro esse blog, digo, esse pseudoblog. Cansado de tanta lamúria e vocabulário chulo do blog de outrora, faço minha tábula rasa sobre todos os meus votos de adolescente pseudoindie inconseqüente, para entrar numa fase de profunda reflexão. (Não que eu tenha virado um buda ou um pseudozen saibaba.) Já dizia o nosso grande poeta Carlos Drummond de Andrade e um intelectual genuíno: "Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se eterniza, e nenhuma força jamais o resgata." Então, que seja "eterno enquanto dure".





Não sei se vocês perceberam, mas esse blog tratará de assuntos que dificilmente aparecem na mídia, na sua sala de estar, no conforto do seu lar ou até mesmo no insalubre bar que você bebe cerveja quente com seus amigos. Terá muitos assuntos importantes como por exemplo a metafísica de Kant, o surrealismo de Breton, a poesia de Baudelaire, a filosofia de Deleuze e letras de músicas de bandas pseudointelectuais como Los Hermanos. Além disso, teremos frases, textos, citações, ensaios e todos eles cheios de aspas, rebuscamento de escrita e até uma certa aversão em relação ao leitor.





Pseudo, do grego pseudes, não tem significado em si, mas aplicado a outras palavras dá o sentido de falso ou incompleto, tira a legitimidade da coisa. Pseudeando é senão a arte de pseudear, de transformar tudo aquilo em falso ou incompleto, é o "ato falso" (entenderam a analogia com o ato falho de Freud?). Esse blog então tem como finalidade pseudear idéias ou opiniões, a menos que essas estejam com aspas, aí realmente não tem como pseudear. (Tem até tem, mas pseudo que é pseudo respeita os citados em questão).





A idéia principal é que um pseudo a quem vos fala irá ridigir textos pseudos com idéias pseudas. isto é, um pseudo intelectual irá escrever coisas falsas que acompanham um tom irônico (típico de pseudo intelectual). Antes de tudo: O que é ser pseudointelectual?














::O pseudointelectual::





Personagem clássico de festinhas de tendência, aparece como quem não quer nada numa roda de pessoas e começa a interagir com frases de efeito, não necessariamente citações. As atenções então dirigem-se a ele e ele se sente livre para proclamar o seu discurso, de surpreender as pessoas com as notas de rodapé dos livros que ele não leu(talvez tenha até lido) e mais, RECOMENDAR artistas para os outros com certa autoridade.


"Pô leia Foucault, ele tem uma certa dimensão de realidade muito melhor que a de Bachelard" ou senão "Lacan foi um autor calcado na linguagem." Podem parecer ridículos esses exemplos, mas em certos momentos é assim que o pseudointelectual convence seus interlocutores.





Mas não é só de observar que diz quem é pseudointelectual, entender suas razões internas, o que um pseudointelectual realmente pensa. Na maioria das vezes, o psi. (apelido carinhoso) é assim como uma auto-afirmação, de provar para os outros sua capacidade ou melhor sua possibilidade de conhecer (porque conhecer mesmo...). As pessoas entendem que ele explica em minúcias o seu saber e ele compreende que é assim que se deve comunicar. Um exemplo é quando ele esquece o que tem pra dizer ou erra sobre uma informação e alguém o constrange por isso. Ele fica tão infeliz que desarma seu discurso, fica mais pseudo do que é.








Suas vestimentas geralmente são : Óculos (aí se subdividem em 2 classes: O psi. moderno tem o de armação preta e grossa, o do psi. erudito tem armação normal.), calça comprida sempre, blusa que pode variar de botão até aquelas mais soltas de pseudoartistas e o sapato que nunca é tênis. As roupas mais os jeitos são aparentemente o marco, o que veste sua personagem.


No orkut, linguagem moderna de comunicação, ele usa todos os espaços para provar sua pseudointelectualidade. No espaço do quem sou eu, usa frase de escritores existencialistas, os livros geralmente ocupam metade da página pessoal e as comunidades só com nomes ilustres e movimentos que até mesmo não existiram como "A matança de coelhos no maio de 68".




Então, não se surpreenda com coisas que vocês, caros leitores, irão ver aqui nesse pseudoblog (porque o tempo de publicação de um post para o outro será relativo) !!!


“Para fazer um grande trabalho um homem deve ser bastante ocioso tanto quanto bastante aplicado." -- Samuel Butler


obs:





Marquês de Itararé é uma analogia com Barão de Itararé, um escritor comunista do século passado que publicava tirinhas com grande carga irônica sobre as demasiadas situações cotidianas, geralmente políticas. Foi preso e torturado pela ditadura de Vargas, publicou o jornal A Manha (trocadilho com o jornal da época A Manhã). O título desse blog foi inspirado na porta do escritório dele que trabalhava, avisando que poderiam entrar mas que não batessem nele como fizeram com ele na ditadura.